“Não existe crescimento econômico no Brasil sem o crescimento da indústria da construção civil. O setor da construção representa 8% do PIB e é o que mais emprega. Vai ter um impacto muito grande na economia, no desenvolvimento social e evidentemente no emprego”
Rubens Menin - Presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias
Em Out/2016 publicamos um artigo sob o título “Setor de Construção Civil e Mercado Imobiliário: Receitas, caixa e resultados despencando ladeira abaixo” onde apresentamos o desempenho desse segmento com base nos balanços do 1º semestre de 2016. Neste artigo atualizamos o desempenho do setor com informações dos balanços do ano de 2016.
O mercado acionário brasileiro possui atualmente 41 companhias abertas do setor de Construção Civil e Mercado Imobiliário. Em 2016 essas empresas totalizaram R$24,3 bilhões em receitas líquidas, queda de 28% em relação a 2015. A líder do setor em bolsa em receitas continua sendo a MRV com R$4,2 bilhões, seguida da Cyrela Realt (R$3,2 bilhões) e Even (R$1,7 bilhões). Juntas essas 3 companhias representam 38% do setor.
Pela ótica dos resultados as companhias totalizaram no acumulado quase R$7 bilhões de prejuízos, aumento de 173% em relação a 2015, tendo apenas 16 companhias apresentado lucro. A líder foi de novo MRV com R$ 574 milhões, seguida de Multiplan com R$312 milhões e Sierrabrasil com R$248 milhões.
Os grandes números reforçam a difícil situação em que se encontra o setor: queda nas vendas, redução expressiva dos resultados e relação Dívida Líquida/EBITDA em nível bastante elevado. Consideramos as médias de margem líquida e retorno do acionista (ROE) para ilustrar o desempenho como um todo, dado que o setor apresentou resultado negativo prejudicando esses indicadores.
Comentários FinaisSegundo especialistas, após um ano difícil para o setor da construção civil no país, 2017 deve representar o início da retomada nas vendas e nos lançamentos. Mas, tudo depende do desenrolar das crises política e econômica. Segundo informações da ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), a recuperação do setor está ligada, principalmente, a três fatores: redução de taxas de juros, baixo nível de desemprego e marcos regulatórios adequados. Esses fatores afetam tanto a confiança do consumidor, que estará mais disposto a investir em imóveis, quanto a das incorporadoras, que terão menos riscos de prejuízo.
A expectativa é que a melhora do setor ocorra em 2018, embora 2017 seja esperado melhor ano que o anterior: o número de novos empreendimentos não deve aumentar muito em relação a 2016, quando foram lançadas 69.800 unidades, 9% a mais do que em 2015, segundo dados da ABRAINC. (FONTE: Folha de São Paulo).
Por outro lado, novas medidas do Programa Minha Casa Minha Vida, vão combater o déficit habitacional e impactar diretamente a economia do País. O presidente da ABRAINC ressaltou que a contratação de 610 mil novas moradias para 2017 vai movimentar toda a cadeia da construção civil e gerar empregos. (FONTE: Portal Planalto).
A SABE Consultores tem a missão de “organizar informações financeiras sobre as empresas brasileiras e torná-las acessíveis e úteis” e acredita que as empresas conscientes atuam de maneira a criar valor não só para si mesmas, mas também para seus clientes, colaboradores, fornecedores, investidores, comunidade e meio ambiente ou usando o jargão do momento para seus “stakeholders”.
Manteremos você atualizado com novas informações extraídas do nosso Banco de Dados SABE.
Aproveite para deixar o seu comentário ao final desta página sobre este Artigo. Luiz Guilherme Dias é Sócio-Diretor da SABE Consultores, Consultor de Empresas e Conselheiro Certificado.