“Setor que cresceu num ritmo de 14% em 2016, o atacado de autosserviço, conhecido como "atacarejo", espera que as vendas em volume de produtos continuem aumentando num patamar de dois dígitos em 2017”
Ricardo Roldão - Presidente da Associação Brasileira dos Atacadistas de Autosserviço
Em Set/2016 publicamos um artigo sob o título “Setor de Atacado e Varejo: Crescimento real de vendas quase nulo com forte aumento das dívidas” onde apresentamos o desempenho desse Setor com base nos balanços do 1º semestre de 2016. Neste artigo atualizamos o desempenho do setor com informações dos balanços do ano de 2016.
O mercado acionário brasileiro possui atualmente 24 companhias abertas do setor de Atacado e Varejo. Em 2016 essas empresas totalizaram R$176 bilhões em receitas líquidas, queda de 10% em relação a 2015. A líder do setor em bolsa em receitas continua sendo o Pão de Açúcar com R$41 bilhões (queda de 40% em relação a 2015), seguido de Dufry (R$27 bilhões) e Viavarejo (R$20 bilhões). Juntas essas 3 companhias representam 50% do setor.
Pela ótica dos resultados as companhias do setor totalizaram no acumulado R$840 milhões, aumento de 18% em relação a 2015. A líder foi a Hypermarcas com R$1,2 bilhões (aumento de 110% em relação a 2015), seguida de Lojas Renner com R$625 milhões e RaiaDrogasil com R$451 milhões. O maior prejuízo em 2016 foi do Pão de Açúcar, líder das vendas no ano, com um resultado negativo de R$1,1 bilhões.
O desempenho do setor pode ser observado pelo quadro abaixo: queda nas vendas, aumento relativo dos resultados, favorecido pela forte recuperação de Magazine Luiza, Dufry, Bombril e Hypermarcas (estando as três primeiras com prejuízo em 2015) e relação Dívida Líquida/EBITDA em nível bastante elevado. Consideramos as médias de margem líquida e retorno do acionista (ROE) para ilustrar o desempenho do setor como um todo.
Comentários FinaisA Associação Brasileira dos Atacadistas de Autosserviço consideram que, apesar das expectativas ainda serem pouco inspiradoras para o desemprego e a renda das famílias no Brasil em 2017, existe uma tendência de continuidade de crescimento do formato do “atacarejo”, embora avaliando que o ritmo de expansão deve ficar um pouco menor em 2017 do que no ano anterior. O “atacarejo” tem conquistado espaço num movimento de mudança dos hábitos dos consumidores, mais sensíveis a preço durante a crise. Outros formatos de varejo têm perdido vendas em volume, mas a dinâmica competitiva tende a se acirrar. "O varejo está reagindo e não vai ficar perdendo mercado sem reagir", comentou o presidente da Associação.
Para o executivo, o setor ainda vai continuar se beneficiando de investimentos em abertura de novas lojas. O atacado de autosserviço como um todo deve seguir enxergando oportunidades de abertura de novas unidades, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste. (Fonte: Revista PEGN).
Olhando a economia como um todo, no início de 2017, não fosse o agronegócio, que supera as melhores expectativas, não haveria muito que comemorar, segundo os especialistas. O setor de serviços segue caindo, o varejo não reage e a indústria esboça recuperação abaixo do esperado. Com um governo de transição tentando construir a “ponte para o futuro”, a economia segue travada à espera de definições que tragam maior confiança para os negócios. Mas, fica aqui um alento: se não fosse a Lava-Jato seria muito pior!
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